DE GATOS E GATEIROS...

 Este blog não é apenas o lugar dos felinos e dos gatos, mas também dos gateiros, que amam esses pequenos seres, de natureza discreta, imperial, mas que são capazes de dedicar um profundo amor aos seus tutores.


Silenciosos, observadores, buscam sempre a presença daquele humano especial, a quem dedicam a sua vida, mesmo privando-se de conviver com os seus semelhantes.

Entende-los, é devolver a eles o amor que nos dão. 

Seus hábitos, comportamentos que muitas vezes surpreendem os desatentos tutores, obedecem a um ritual, a um simbolismo, que lhes dão aquele ar esotérico, colocando-os na esfera do mistério.

Encontramos esses sinais em diversas culturas, onde a sua presença explica toda uma mitologia que os cercam, consagrando-os como dotados de dons acima da rotina meramente animal, dons especiais, porque não acentuar, quase proféticos.

Os gatos (felix catus) são os animais de estimação mais popular do mundo, segundo pesquisas realizadas por instituições norte-americanas, estando numericamente atrás, apenas dos peixes de aquário. É o trigésimo nono na lista das 100 espécies exóticas invasoras mais daninhas do mundo, na classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Ocupa o topo da cadeia alimentar, é predador natural de diversos animais, como os roedores, pássaros etc.


A primeira associação dos gatos com os humanos, segundo evidências, ocorreu a 9500 anos atrás. A subfamília dos felinos, que agrupa os gatos domésticos, surgiu há cerca de 12 milhões de anos, expandindo-se a partir da Àfrica subsaariana, até alcançar as terras do atual Egito

Acredita-se que o gato-selvagem africano (Felis silvestris lybica) era o seu antepassado imediato. Adicionalmente, evidências genéticas assinalam   que os gatos domésticos atuais, partilham procedência direta com os gatos selvagens do Oriente Médio. 

Atualmente, há cerca de 250 raças de gatos domésticos. Dados censitários apontam que nos Estados Unidos há mais gatos domésticos do que cachorros. Estimativas recentes indicam que em breve, o Brasil terá maior população felina, do que canina.

Devido a sua personalidade independente, tornou-se animal de companhia em diversos lares ao redor do mundo, agradando pessoas dos mais variados estilos de vida.


Na cultura humana, figura da mitologia às superstições, passando por personagens de desenhos animados, tiras de jornais,  filmes e contos de fada. Entre suas mais conhecidas representações estão Tom, O gato de Botas, Garfield, Frajola etc.

No Egito Antigo, os gatos eram venerados por sua utilidade na proteção contra pragas, sua conexão com a deusa Bastet e por serem considerados símbolos de sorte e fertilidade.

A associação com a deusa Bastet, que tinha cabeça de gato e representava a fertilidade e a domesticidade fez com que os felinos fossem tratados com grande reverência.

Eles eram mumificados, usados em joias e qualquer pessoa que os matasse, mesmo acidentalmente, podia ser punida com a morte.

Acreditava-se que os gatos traziam boa sorte e agiam como guardiões espirituais, protegendo contra doenças e espíritos malignos.

A arte egípcia como estatuetas e pinturas frequentemente  retratava gatos.

Quando um gato morria, era comum que a família raspasse as sobrancelhas, como luto e o felino era mumificado, muitas vezes com oferendas.

De acordo com o Centro Americano de Pesquisa no Egito (ARCE), através da observação atenta, os egípcios vieram a admirar os gatos pela sua natureza complexa e dual. Para eles, os felinos combinam graça, fertilidade e cuidado suave, com agressão, rapidez e perigo. Os deuses relacionados com essas qualidades eram frequentemente representados com características felinas.


Com a conquista romana do Egito, em 30 a.C., a veneração aos gatos começou a diminuir.

Decretos romanos nos séculos IV e V d.C. restringiram práticas pagãs, o que resultou no declínio do culto religioso a eles.

Apesar disso, o respeito pelos gatos perdurou, e sua presença ainda era honrada em diferentes épocas.

Chico Xavier via os gatos como espíritos em evolução, com uma missão espiritual, que inclui proteger energias e purificar ambientes. Ele acreditava que os gatos têm uma sensibilidade especial para perceber o invisível, atuando como guardiões de lares e companheiros de almas em cura. O medium demonstrava  um profundo amor e respeito por eles, como evidenciado em histórias onde acalmava e curava gatos com compaixão, mesmo aqueles agressivos ou debilitados.

Segundo a doutrina espírita, animais são "irmãos menores" em um processo de evolução e os laços com eles transcendem esta vida.

Uma história famosa conta que Chico Xavier acalmou um gato agressivo, possivelmente envenenado, através de um "passe" e palavras carinhosas. O animal se acalmou e se tornou amigo dele, demonstrando o poder do amor e da compaixão sobre todas as formas de vida.

Os gatos são animais sagrados e cultuados em muitas culturas. São vistos como animais místicos e atraem muitos mitos, alguns bons e outros nem tanto, devido ao comportamento peculiar próprio dos felinos.

Os gatos adaptaram-se às modernas sociedades, tornando-se animais de estimação populares e até ícones da internet, ao mesmo tempo em que mantêm sua natureza independente, o que acaba por criar uma imagem de que são "antissociais". E ainda há pessoas que acreditam que  os gatos são simpáticos com os humanos para obter comida.

Cães parecem  quase biologicamente incapazes de esconder  seus sentimentos! Abanar o rabo, tremedeiras, pequenos sons de excitação, ou descontentamento, denunciam se está com raiva,  feliz, triste ou ansioso

Ja os gatos têm uma linguagem corporal sofisticada: o humor deles pode ser inferido pelo movimento dos rabos, os pelos ouriçados, a posição das orelhas e dos bigodes. O ronronar do gato, normalmente (mas nem sempre!) indica contentamento.

Observar o comportamento deles, é um método seguro para saber se eles estão num momento sociável, ou se é melhor deixá-los em paz.

Enquanto podemos ter certa segurança dos laços de um cachorro conosco, gatos ainda gozam de uma imagem relativamente negativa, embora sejam anitmais domésticos há milhares de anos.


20 de outubro de 2025

 Prof. Mario Moura










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